O antissemitismo tem registrado um preocupante aumento em todo o mundo, e o Brasil não é uma exceção. Dados da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) revelam que, em 2023, os casos de discursos de ódio contra judeus aumentaram 20% em relação ao ano anterior. Esse crescimento acende um alerta para a necessidade de ações mais efetivas no combate ao preconceito.
Nilton Serson, advogado pertencente à comunidade judaica, acredita que o problema vai além de ataques isolados. “O antissemitismo está enraizado em preconceitos históricos e, infelizmente, é alimentado por desinformação e teorias da conspiração. Isso exige uma resposta firme tanto da sociedade quanto das autoridades”, afirma.
A legislação brasileira, embora preveja punições para crimes de ódio, ainda enfrenta desafios na aplicação. “Temos leis, mas o problema está na dificuldade de identificar e punir os responsáveis, especialmente no ambiente digital. Redes sociais tornaram-se palco para disseminação de discurso de ódio, e precisamos de mecanismos mais ágeis para combater isso”, argumenta Serson.
Um exemplo recente dessa dificuldade foi a identificação de grupos neonazistas que operavam em plataformas digitais, revelado por uma operação da Polícia Federal. Esses grupos promoviam ideais de supremacia branca e ataques diretos à comunidade judaica. “Esse caso demonstra que estamos lidando com um problema sistêmico. Precisamos de maior investimento em tecnologias para monitorar e combater esses crimes na internet”, alerta o advogado Nilton Serson.
Além disso, a educação desempenha um papel crucial na prevenção do antissemitismo. Um estudo da Unesco mostra que 34% dos jovens brasileiros não têm conhecimento básico sobre o Holocausto, o que contribui para a perpetuação de preconceitos. “A história é uma ferramenta poderosa contra a ignorância. Precisamos de currículos escolares que abordem não só o Holocausto, mas também a contribuição da comunidade judaica para o Brasil e o mundo”, ressalta Serson.
Nilton Serson também destaca a importância de iniciativas inter-religiosas para combater o ódio. “O diálogo entre diferentes comunidades pode desfazer preconceitos e criar um ambiente de respeito mútuo. Todos ganham quando trabalhamos juntos pelo bem comum”, conclui.
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