O câncer de mama apresenta, como uma das principais características, a possibilidade de a própria mulher encontrar sinais suspeitos. Um nódulo na região das mamas, que geralmente não se move, é o principal sinal de alerta, comumente detectado com um toque no autoexame.
Porém, há outros detalhes que podem ser facilmente percebidos. Trechos da pele da mama na cor avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja compõem a lista. Alterações no bico do peito e saída de líquido anormal das mamas pedem acompanhamento médico, assim como caroços nas axilas ou no pescoço.
Os alertas são feitos pela médica Renata Zaccaria (que aparece na foto), coordenadora do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Medical, da Hapvida, em Limeira (SP), e professora com mestrado e doutorado pela Faculdade de Medicina da Unicamp.
A Hapvida reforça a importância da prevenção da doença ao longo de todo o ano, com ênfase no “Outubro Rosa”. Além de palestras e cafés da manhã sobre o tema, há até atividades lúdicas – como música e bingo. A divulgação de informações inclui outros meses.
“Estamos diante de um tipo de câncer que, muitas vezes, não dói nem sangra. Por isso, quaisquer sintomas, visíveis ou não, precisam ser investigados rapidamente. Quanto antes descobrirmos, maior a chance de um desfecho favorável”, afirma a médica.
As estatísticas da doença ainda assustam. De 2023 até o fim deste ano, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que perto de 73 mil mulheres serão diagnosticas com a doença no Brasil. Em média, 66 novos casos devem surgir em cada grupo de 100 mil mulheres nesses 3 anos.
Casos na família pedem atenção maior
O Instituto recomenda visitas anuais ao médico a partir dos 50 anos, enquanto a Sociedade Brasileira de Mastologia defende início aos 40. Porém, Renata indica uma avaliação personalizada. “Quem teve caso na família, de parente de primeiro grau, precisa de uma atenção maior”, orienta.
O rastreamento é importante, por vários aspectos. “Há outros tipos de câncer com sintomas parecidos, além de pelo menos quatro subtipos nos casos na mama”, explica Renata. “Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as possibilidades de termos tratamentos menos invasivos”.
A mamografia se mostra a principal ferramenta de diagnóstico. Mas, em geral, o autoexame permite um conhecimento para notar, por exemplo, uma alteração no formato dos seios. “Saber o que mudou ajuda a entender que é necessário buscar um diagnóstico rápido”, afirma Renata Zaccaria.