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Coisas que deixamos para trás em nome da modernidade

Por A Fonte Magazine em 30/03/2023 às 16:03:24

Todo o mundo já ouviu algum professor de redação dizer que ler é o melhor meio de aprender a escrever. Ler, ler e ler. Há pouco tempo, bilhões de dólares foram gastos para que um aplicativo de inteligência artificial fizesse essa lição de casa, aparentemente tão simples e prazerosa. Ao que tudo indica, deu certo. Cessem todas as aulas de escrita, pois o ChatGPT está apto a produzir qualquer tipo de texto, inclusive poesias e roteiros de cinema ou de TV.


O aplicativo de inteligência artificial põe a criação de um texto ao alcance de qualquer pessoa, substituindo um aprendizado às vezes dificultoso pelo produto acabado. Na sua condição de robô, o ChatGPT "leu" bilhões de textos com o objetivo de aprender a escrever, coisa que um ser humano, tomado em sua individualidade, não seria capaz de fazer.


No ambiente escolar, a novidade vem causando certa apreensão, pois a prática de elaborar textos tem sido o principal meio de avaliação dos estudantes, e as teses universitárias, ainda que sejam lidas por poucas pessoas, funcionam como uma espécie de selo de garantia da instituição, servindo de lastro ao título acadêmico. Como manter esse status no caso de os robôs se tornarem os autores (ou coautores) desses trabalhos? Bem, já existem softwares capazes de detectar o uso de inteligência artificial na elaboração de um texto, o que permite que o estudante use um robô para escrever, e o professor use outro para reconhecer o primeiro robô. Tudo leva a crer que haverá espaço para falhas nesse processo e para contendas jurídicas sobre autoria, falsidade ideológica, plágio e questões afins.

Leia mais (03/30/2023 - 16h00)

Fonte: Folha de SP

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